ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Enquanto Guilherme Boulos (PSOL) caiu nas graças do Partido dos Trabalhadores (PT) e recebeu R$ 30 milhões, o candidato do PT em Cuiabá, Lúdio Cabral, está na lista dos 13 concorrentes da sigla que receberam bem pouco para suas campanhas.
O valor recebido por Boulos corresponde a 44% do teto de gastos em São Paulo, que é de R$ 67 milhões. Já Lúdio teve direito a R$ 2,1 milhões, o que representa pouco mais de 15% do limite de gastos no 1º turno de Cuiabá, que é de R$ 13,2 milhões.
Em 13 capitais o partido não tem dado o suporte necessário aos seus candidatos. É a situação vivida por Marcelo Ramos, em Manaus (AM), João Coser, em Vitória (ES), e Rogério Correia, em Belo Horizonte (MG), entre outros.
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A ordem de priorizar a campanha de Boulos partiu do próprio Lula. O presidente autorizou realocar doações que poderiam ir a candidatos do PT para a campanha do psolista em São Paulo. A falta de verba, entretanto, tem inviabilizado as campanhas de petistas nas capitais.
Os candidatos do PT a prefeito que receberam proporcionalmente mais são todos mulheres, o que ajuda o partido a cumprir a cota que o obriga a destinar ao menos 30% do fundo eleitoral a candidaturas femininas.
Para Maria do Rosário em Porto Alegre, por exemplo, o PT repassou R$ 2,9 milhões do partido, o equivalente a 74% do máximo que a candidata pode gastar na campanha para o primeiro turno.
Lúdio Cabral admitiu que a rejeição do PT em Mato Grosso e na capital são uma realidade com a qual ele tem que lidar.
“Eu tenho que ter consciência disso [rejeição do PT], tenho que ter humildade e construir uma agenda de diálogo com com essa parcela do eleitorado, inclusive, para acolher a crítica construtiva que esse eleitorado traz”, disse o candidato.
Nas últimas peças de campanha de Lúdio para a TV aberta, ele aparece conversando com populares que dizem não aprovar o PT, alguns até se intitulam bolsonaristas, mas que mesmo assim votarão no candidato petista.