ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), rebateu a fala do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado estadual Eduardo Botelho (União Brasil), por criticar a gestão da saúde de Cuiabá e afirmar que conversou com o desembargador Orlando Perri, relator do processo que decretou a intervenção estadual na saúde. Segundo Botelho, uma nova reunião será agendada para discutir a situação caótica do setor na capital mato-grossense. Confira o vídeo no final desta matéria.
“Precisamos discutir a saúde que está, está crítica, em todos os postos de saúde de Cuiabá, voltar a discutir isso com o Governo, Ministério Público, Tribunal de Contas. A situação da saúde é crítica, está aumentando a fila, o atendimento é precário, as condições de trabalho estão precárias, atrasos na saúde são imensos e na verdade quem está trabalhando são heróis”.
Botelho não descarta a possibilidade de nova intervenção. “Vamos discutir e se não houver solução, evidentemente, que pode culminar em nova intervenção, mas primeiro o diálogo”, afirmou na manhã desta quarta-feira (24), durante entrevista com à imprensa na Assembleia Legislativa.
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O chefe do Executivo Estadual alegou que Botelho deu 'bola fora' ao comentar a possibilidade de uma nova intervenção na saúde de Cuiabá. Emanuel Pinheiro fez questão de ressaltar que é amigo do chefe do Legislativo Estadual. Até tu Botelho, meu amigo, Botelho.Intervenção na Saúde? Você ainda tá nessa? O que mudou cara? Quantas vezes nós conversamos, falamos que foi o fracasso da intervenção. Do malefício que foi a intervenção na saúde de Cuiabá provocou no sistema. Afetando inclusive, piorando mais ainda a saúde no Estado. Pô, Você fala isso Botelho?".
O prefeito da capital ainda relata sobre o rombo que ele mesmo denunciou aos rgãos públicos ocasionado pela intervenção estadual. Já conversamos sobre o rombo que eu denunciei para a Assembleia Legislativa e eu não sei se vocês apuraram ou não, que o gabinete de intervenção do estado promoveu aqui em Cuiabá.
O prefeito ressaltou que o gabinete da intervenção estadual deixou a saúde de Cuiabá mais caótica. Que ao conversar com Botelho ele lembra da opinão dele sobre o assunto. "Você estava bem ciente, certo da saúde da captal no período da intervenção. E agora você vem mudando tudo. Que é isso? É o vale tudo para ser prefeito"? Não, não. Você está errado cara. Cuiabá carrega a saúde do Estado nas costas. Você sabe disso. Você já me falou disso várias vezes. Eu já te falei isso várias vezes. Muda não Botelho".
O chefe do Executivo Municipal elogia seu amigo Botelho. "Uma das coisas que a gente gosta em você é a sua sinceridade, a sua franqueza, o seu jeitão nosso, da nossa terra. Não entra nesse jogo não porque as pessoas vão ver que você está forçando uma barra, uma situação. Vamos nos unir cara, vamos nos unir por Cuiabá".
Emanuel Pinheiro relata que tem conversado com o Tribunal de Contas de Cuiabá (TCE-MT), através do conselheiro, Sérgio Ricardo e com o Ministério Público Estadual (MPE-MT), várias alternativas, entre elas a Estadualização do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) e o Hospital São Benedito justamente porque 'Cuiabá já se sacrificou demais para carregar a saúde do Estado nas costas. "Tá na hora para o Estado devolver a saúde para a população cuiabana todo esse período, todo esse tempo, todos esses anos de investimentos".
Emnauel Pinheiro finaliza: "Vamos lá Botelho chutar a canela não vale. Volta a ser o Botelho paz e amor. Botelho propositivo. O Botelho que está preocupado com o povo e não com a eleição. Tá ok?".
Sobre o cumprimento do TAC na Saúde de Cuiabá
Nessa terça-feira (23), o Ministério Público notificou o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) para que cumpra o Termo de Ajustamento de Conduta e repasse rigorosamente os valores previstos na Lei Orçamentária Anual de 2024 à Secretaria Municipal de Saúde. Até o momento, conforme o MPMT, o município já deixou de repassar aproximadamente R$ 15,5 milhões.
Na notificação, o promotor de Justiça Milton Mattos da Silveira Neto ressalta que a gestão do fluxo de caixa é imprescindível para a adequada execução das principais despesas à disponibilidade financeira. Afirma ainda a necessidade de manutenção dos pagamentos dentro de suas respectivas datas de vencimento para assegurar que os serviços contratados não sejam interrompidos devido a atrasos.