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Política e Eleições Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024, 13:40 - A | A

27 de Novembro de 2024, 13h:40 A- A+

Política e Eleições / ALIANÇA GLOBAL

Aliança Global contra a Fome e a Pobreza foi carro-chefe da presidência do Brasil no G20, afirma Mauro Vieira

Ministro das Relações Exteriores destaca envolvimento do presidente Lula para criação da Aliança, fala dos próximos passos para implementação e destaca outras iniciativas aprovadas durante encontro de Cúpula neste mês no Rio de Janeiro

ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza foi a principal contribuição do Brasil na presidência do G20. A iniciativa, lançada oficialmente durante a reunião de Cúpula do grupo, realizada este mês no Rio de Janeiro, foi destacada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante o programa Bom Dia, Ministro desta quarta-feira (27), transmitido pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

“Sem dúvida nenhuma a apresentação, o lançamento oficial e o número de adesões à Aliança Global foram um sucesso. É um mecanismo da maior importância. Foi o carro-chefe da presidência brasileira. O presidente Lula se envolveu desde o início, inclusive no mês de julho nós estivemos no Rio de Janeiro em uma reunião da área de desenvolvimento do G20 que o presidente Lula foi. Não era de nível de chefes de estado, era ministerial, mas ele foi justamente para fazer o anúncio e explicar o que seria a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Isso foi o carro-chefe e que mobilizou todos os países”, afirmou o ministro das Relações Exteriores.

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A Aliança estabelece um mecanismo prático para mobilizar recursos e conhecimento de vários países e entidades para implementar e ampliar, em escala global, ações, políticas e programas para o combate à desigualdade e à pobreza.

No lançamento oficial, 82 nações manifestaram apoio, além da União Africana, da União Europeia, de 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras internacionais e 31 organizações filantrópicas e não governamentais. Entre os anúncios e compromissos estão o objetivo de alcançar 500 milhões de pessoas com programas de transferência de renda em países de baixa e média-baixa renda até 2030.

Organismos-chave da ONU, como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), UNICEF e o Programa Mundial de Alimentos (WFP), também aderiram, ao lado de instituições financeiras como o Grupo Banco Mundial e bancos de desenvolvimento regionais, incluindo o Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB), o Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB), o Banco Europeu de Investimentos (BEI) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Organizações filantrópicas como a Fundação Rockefeller, a Fundação Bill & Melinda Gates e a Children’s Investment Fund Foundation também fazem parte da iniciativa.

Durante o último ano, o Brasil esteve na presidência temporária do grupo, que reúne os 19 países dos cinco continentes com as maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana. O grupo agrega dois terços da população mundial, cerca de 85% da economia global e 75% do comércio internacional.

O G20 desempenha um papel importante na definição e no reforço da arquitetura e da governança mundiais em todas as grandes questões econômicas internacionais.

Implementação

Durante o bate-papo com radialistas de várias regiões, Mauro Vieira falou sobre os próximos para implementar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. “A Aliança Global é uma articulação entre as experiências nacionais dos diversos países e fundos que foram mobilizados com doações. Então por exemplo, é baseado nas experiências dos países. O Brasil tem o Bolsa Família, o Programa de Merenda Escolar, tem um programa de fomento à agricultura familiar. Todas essas são iniciativas que levam à produção de alimentos e à distribuição de alimentos, segundo regras estabelecidas pelo governo. Então isso é uma experiência que servirá para vários outros países em várias outras regiões”, explicou. Segundo o ministro, as experiências entre os países serão compartilhadas.

“Além dos fundos, das reservas que vão ser postas à disposição para o financiamento das iniciativas em outros países, nós vamos pôr a disposição uma espécie de um banco de dados, em que os outros países poderão saber o que o Brasil faz, o que outros países da América Latina, da América do Sul fazem, o que se faz na África. Então isso é muito importante porque é compartilhar o conhecimento que se tem, articular e oferecer aos países, junto obviamente com a questão dos fundos e trabalhando muito proximamente com a FAO. A FAO é um importante organismo, o Brasil é integrante desde o início, e nós vamos criar um pequeno núcleo na FAO para justamente articular essa ação e começar imediatamente a produzir efeitos, resultados. Há vários países que têm interesse em receber essas informações e receber essa cooperação”, explicou Mauro Vieira.

Temas prioritários

O ministro também destacou outras duas iniciativas aprovadas durante o encontro de chefes de estado no Rio de Janeiro. “Nós tivemos duas outras grandes iniciativas: A Mobilização Global contra a Mudança do Clima e a chamada Ação pela Reforma da Governança Global, que correspondem exatamente ao três pilares da presidência brasileira no G20”, disse Mauro Vieira.

Na presidência do G20, o Brasil definiu três assuntos prioritários a serem discutidos: o combate à fome, à pobreza e à desigualdade; a mudança climática e o enfrentamento da questão ambiental com transição justa para um desenvolvimento sustentável; e a reforma da governança global.

Consensos

O ministro das Relações Exteriores destacou que após dois anos, o G20 produziu um documento final, mostrando consenso em vários assuntos entre os países integrantes do grupo.

“Nas duas edições anteriores não foi possível chegar a um documento final, um documento que expressasse as decisões tomadas pelos chefes de estado, pelos ministros. Desta vez nós logramos isso como um grande sucesso, não foi fácil. Foi um longo período de negociação, mas o emprenho do presidente Lula e o peso do Brasil levou a uma solução positiva”, afirmou o ministro.

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