PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
A Polícia Federal investiga se o grupo extremista Comando C4 - sigla para "Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos" -, suspeito de assassinar o advogado Roberto Zampieri em dezembro de 2023, em Cuiabá, também está ligado à morte de Marcelo da Silva, seu braço-direito.
O grupo foi alvo da 7ª fase da Operação Sisamnes, deflagrada em 28 de maio, que apura venda de decisões judiciais e vazamento de informações no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
De acordo com informações divulgadas pelo portal Folha de São Paulo, Marcelo foi encontrado carbonizado dentro de uma caminhonete incendiada no interior de Mato Grosso, em junho de 2023. A PF destaca que, no mesmo período do desaparecimento, há registros da compra de passagens para que o coronel reformado do Exército Etevaldo Caçadini, suspeito de liderar o C4 , viajasse para Cuiabá.
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Roberto Zampieri foi morto com dez tiros enquanto saía do escritório onde trabalhava, no Bosque da Saúde, em Cuiabá. O crime ocorreu quando ele entrou no próprio carro e foi surpreendido por um homem de boné, que efetuou os disparos através do vidro do passageiro e fugiu em seguida.
Em seu celular, a Polícia Federal encontrou conversas envolvendo empresários, desembargadores e o lobista Andreson Gonçalves, que intermediava a compra de decisões judiciais no STJ.
As investigações apontam que o coronel reformado do Exército Etevaldo Caçadini teria sido contratado pelo produtor rural Anibal Manoel Laurindo, que enfrentava uma disputa judicial por terras. Anotações apreendidas na residência de Caçadini mencionavam autoridades e continham uma lista com preços para serviços de espionagem.
A defesa de Caçadini nega qualquer envolvimento e afirma não ter tido acesso ao inquérito. Já a defesa de Anibal Manoel não se manifestou, alegando sigilo. A Polícia Civil também investiga a morte de Marcelo da Silva, com suspeitas envolvendo policiais militares.
Além disso, a PF apura se o grupo praticava homicídios por encomenda, espionagem e monitoramento de alvos. Mensagens interceptadas mostram que os integrantes se referiam ao C4 como um "pelotão" e descreviam um dos suspeitos como "uma máquina de matar".
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