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Polícia Segunda-feira, 12 de Agosto de 2024, 16:45 - A | A

12 de Agosto de 2024, 16h:45 A- A+

Polícia / ASSASSINATO EM CUIABÁ

MPE requer que acusados da morte do advogado Zampieri sejam julgados pelo Júri Popular

O MPE ainda pediu que o Juízo considere as qualificadoras de crime cometido mediante paga e promessa de recompensa, recurso que dificultou a defesa da vítima, emprego de arma de fogo de uso restrito e concurso de agentes

ELISA RIBEIRO

O Ministério Público do Estado (MPE), em alegações finais requereu que o Juízo da 12ª Vara Criminal de Cuiabá pronuncie e submeta Antônio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas ao Tribunal do Júri pela morte do advogado Roberto Zampieri.

No documento, o Núcleo de Defesa da Vida, composto pelos promotores de Justiça Samuel Frungilo, Marcelle Rodrigues da Costa e Faria Vinicius Gahyva Martins e Jorge Paulo Damante Pereira, afirmou que as provas produzidas nos autos são suficientes para levar o trio ao júri popular.

O MPE ainda pediu que o Juízo considere as qualificadoras de crime cometido mediante paga e promessa de recompensa, recurso que dificultou a defesa da vítima, emprego de arma de fogo de uso restrito e concurso de agentes.

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Ao longo do documento, os membros do órgão ministerial rechaçaram os depoimentos prestados pelos réus durante a fase de instrução. Antônio, que confessou ter sido o executor, inocentou Hedilerson e Etevaldo da acusação de, respectivamente, intermediar e financiar o assassinato, alegando que revelaria quem foi o verdadeiro mandante apenas no júri popular.

Conforme os promotores, a situação não passou de um “teatro armado”. Isso porque, dados extraídos dos aparelhos celulares dos acusados revelaram conversas entre eles, que teriam combinado a empreitada criminosa quase três mês antes de o advogado ser assassinado a tiros em dezembro de 2023.

“Em verdade, a versão apresentada em juízo não encontra respaldo em qualquer elemento coligado nos autos, visto que todas as provas carreadas aos autos indicam que ele agiu em unidade de desígnios com os demais acusados. A uma, porque, no dia dos fatos, ele e ANTONIO saíram juntos para efetivarem a consumação do homicídio, sendo certo que HEDILERSON foi flagrado na companhia de ANTONIO exatamente na rua do escritório de ZAMPIERI, sendo que na oportunidade o acusado já estava trajando a camisa de cor cinza. A duas, porque foram recuperadas mensagens entre HEDILERSON, ANTONIO e ETEVALDO, pelas quais é possível constar que foi HEDILERSON quem indicou ANTONIO para a execução do homicídio. A três, porque, agindo de forma livre, consciente e voluntária, forneceu o armamento que efetivamente foi utilizado na execução do homicídio de ZAMPIERI”.

“Esses indicativos, conforme precedentes do STJ, é o bastante para levar os agentes ao plenário do Júri, em respeito ao princípio da soberania dos vereditos, consubstanciada na vedação de juízes togados decidirem sobre questão atribuída aos jurados, inclusive na fase que antecede o Plenário do Júri”, frisou o MP nas alegações finais.

O processo já está concluso e aguarda sentença.

Entenda mais o caso

Roberto Zampieri tinha 56 anos e foi assassinado na noite do dia 5 de dezembro de 2023, na frente de seu escritório localizado no bairro Bosque da Saúde, na Capital. A vítima estava dentro de uma picape Fiat Toro, quando foi atingida pelo executor, que fez diversos disparos de arma de fogo.

Além dos réus citados, o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo foi acusado de ser o mandante do crime. Ele foi indiciado em autos à parte.

A suspeita é de que o crime teria sido cometido por conflito envolvendo disputa de terra no interior de Mato Grosso.

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