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Polícia Segunda-feira, 19 de Fevereiro de 2024, 11:45 - A | A

19 de Fevereiro de 2024, 11h:45 A- A+

Polícia / MASSACRE EM SINOP

Justiça autoriza Roberto Cabrini a entrevistar autor de chacina que tirou a vida de 7 pessoas na PCE

Na mesma decisão, a juíza marcou para às 8h30 de 18 de junho de 2024 o Tribunal do Júri de Edgar Ricardo de Oliveira

ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

A juíza da 1ª Vara Criminal de Sinop, Rosângela Zacarkim dos Santos, autorizou o jornalista Roberto Cabrini a entrevistar o autor da chacina na Penintenciária Central do Estado (PCE) ce Mato Grosso. O autor confesso, Edgar Ricardo de Oliveira, 30 anos, matou sete pessoas em um bar de Sinop (a 476 km de Cuiabá), em fevereiro do ano passado. 

Além de Cabrini, um produtor, um operador de áudio e um cinegrafista compõem a equipe que irão até a PCE.


O pedido foi feito no início do mês e a autorização foi dada pela magistrada na última quarta-feira (14).

"No mais, não antevejo nenhum óbice legal para a realização de entrevista jornalística a ser realizada com o acusado, a qual autorizo, desde que haja concordância deste e de sua Defesa, bem como seja respeitada as determinações do estabelecimento prisional em que o réu encontra-se segregado", disse a juíza no despacho.

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No pedido, o jornalista cita que o intuito da entrevista é fazer uma cobertura jornalística completa, ouvindo todos os lados, “buscando isenção, que só é conquistada quando se consegue ouvir todas as partes importantes de uma disputa judicial. E, neste caso, é o que se está tentando fazer".

Por não haver mudança na situação fática-jurídica, a magistrada manteve a prisão do réu. "No caso concreto, mantendo-se inalterada a situação fática-jurídica desde a prolação da pronúncia, oportunidade em que a prisão já foi minuciosamente reanalisada, bem como tendo em vista que o processo está tramitando regularmente, dentro do limite razoável, uma vez que designada a Sessão de Julgamento do acusado nesta oportunidade, MANTENHO A PRISÃO PREVENTIVA outrora decretada nos autos".

 

Tribunal do Júri

Na mesma decisão, a juíza marcou para às 8h30 de 18 de junho de 2024 o Tribunal do Júri de Edgar Ricardo de Oliveira. "Designo sessão para julgamento do acusado pelo Tribunal Popular do Júri, a realizar-se no dia 18/06/2024, com início às 08h30min". 

 

Entenda o caso

Edgar Oliveira é um dos autores do crime conhecido como “Chacina de Sinop”, ocorrido em 21 de fevereiro de 2023. O outro envolvido, Ezequias Souza Ribeiro, morreu em um confronto com a polícia.

As vítimas da chacina foram Maciel Bruno de Andrade Costa, Orisberto Pereira Sousa, Elizeu Santos da Silva, Getúlio Rodrigues Frazão Júnior, Josue Ramos Tenorio, Adriano Balbinote e Larissa de Almeida Frazão (12 anos).

De acordo com a denúncia do Ministério Público, na manhã de 21 de fevereiro Edgar Oliveira, acompanhado de Ezequias Ribeiro, apostou dinheiro em jogos de sinuca em um bar da cidade, perdendo cerca de R$ 4 mil para Getúlio Rodrigues Frazão Júnior. No período da tarde, Edgar retornou ao estabelecimento acompanhado de Ezequias e “chamou a vítima Getúlio para novas partidas de sinuca, também com aposta em dinheiro, ocasião em que perdeu novamente e, de inopino, jogou o taco sobre a mesa, verbalizou com seu comparsa Ezequias que, de imediato, sacou uma arma de fogo e rendeu as vítimas, encurralando-as na parede do bar, enquanto Edgar se dirigiu à camionete e se apossou de uma espingarda”.

Em seguida, Edgar seguiu em direção às vítimas e efetuou o primeiro disparo contra Maciel Bruno, tendo, na sequência, realizado o segundo tiro em desfavor de Orisberto, enquanto o comparsa Ezequias disparou contra Elizeu. Edgar efetuou mais dois disparos, acertando Getúlio e Josue. Adriano e a adolescente Larissa tentaram correr e também foram atingidos por ele. As vítimas Maciel Bruno e Getúlio também foram alvejadas por Ezequias quando já estavam caídas no chão.

Para o MPE, os crimes foram cometidos por motivo torpe, “impulsionado pelo sentimento de vingança em razão de perder aposta em jogo de bilhar”, e praticados por meio cruel, “tendo em vista que foram efetuados disparos de espingarda calibre 12, arma de elevado potencial lesivo e causadora de múltiplas lesões simultâneas, e também pistola calibre .380, sendo as vítimas atingidas uma a uma, a maioria a curta distância, o que revela uma brutalidade fora do comum e a ausência de elementar sentimento de piedade”.

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