CRISPIAN BALMER
DA REUTERS
Veneza se tornou a primeira cidade do mundo nesta quinta-feira (25) a introduzir um sistema de pagamento para os turistas em um esforço para diminuir as multidões que lotam os canais durante a alta temporada de férias.
Qualquer visitante que não fique a noite deve pagar uma taxa de entrada de 5 euros on-line antes de entrar na cidade.
Embora não haja catracas nos portões da cidade para garantir que as pessoas tenham um passe, os inspetores farão verificações aleatórias e emitirão multas entre 50 e 300 euros para qualquer pessoa que não tenha se registrado.
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“Ninguém nunca fez isso antes”, disse o prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, a repórteres no início deste mês. “Não estamos fechando a cidade … estamos apenas tentando torná-la habitável.”
Cerca de 20 milhões de pessoas visitaram Veneza no ano passado, disse uma autoridade da cidade, com cerca de metade delas pernoitando em hotéis e alojamentos para férias – um fluxo que supera a população residente atualmente em torno de 49 mil.
Veneza escapou por pouco de ser colocada na lista de “Patrimônio Mundial em Perigo” da UNESCO no ano passado, em parte porque o órgão da ONU decidiu que a cidade estava abordando preocupações de que seu delicado ecossistema poderia ser sobrecarregado pelo turismo em massa.
Além de introduzir a taxa de entrada, a cidade também proibiu grandes navios de cruzeiro de navegar na lagoa veneziana e anunciou novos limites no tamanho dos grupos turísticos.
“O fenômeno do turismo de massa representa um desafio para todas as cidades turísticas da Europa”, disse Simone Venturini, responsável pelo turismo e pela coesão social no conselho da cidade.
“Mas sendo menor e mais frágil, é ainda mais impactado por esse fenômeno e, portanto, está agindo mais cedo do que outros para tentar encontrar soluções”, disse ela à Reuters.
A bilheteria deste ano está em fase experimental e Venturini disse que, no futuro, Veneza pode começar a cobrar mais em determinadas épocas do ano para tentar desencorajar as chegadas.