LUCIANA TADDEO
DA REUTERS
O presidente do Chile, Gabriel Boric, exigiu nesta segunda-feira (17) que a Argentina retire painéis solares de uma base militar na fronteira entre os países que foram instalados em território chileno.
“Gostaria de manifestar de maneira muito clara que com fronteiras não podemos ter ambiguidades, e é um princípio básico do respeito entre países. Portanto, devem retirar esses painéis solares brevemente ou nós faremos isso”, disse o chefe de Estado chileno.
Boric afirmou ter ficado ciente “há um tempo” de que, ao construir uma base militar na região da Patagônia, a Argentina instalou painéis solares do lado chileno da fronteira. A instalação ultrapassa três metros do limite territorial.
Segundo o presidente do Chile, houve um pedido de desculpas por parte da chancelaria argentina, mas o erro ainda não foi corrigido.
“É um sinal equívoco, um sinal do qual não gostamos e, portanto, exigimos que isso se resolva no mais breve prazo possível e, insisto, senão nós faremos isso”, expressou.
Boric revelou ter falado sobre a situação com Javier Milei, durante a Cúpula da Paz para a Ucrânia, realizada neste fim de semana na Suíça. Segundo ele, o presidente argentino afirmou que levaria o caso para sua ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino.
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Apesar das diferenças ideológicas com Milei, Boric pontuou haver uma “excelente relação entre Estados” com o país vizinho e que não quer escalar a tensão com declarações.
“O que precisamos fazer é respeitar a fronteira, isso é o que estamos exigindo em relação ao nosso território”, afirmou.
A CNN apurou que a embaixada da Argentina no Chile enviou uma nota ao governo Boric “reconhecendo o erro” e ressaltando que retiraria os painéis “imediatamente quando as condições meteorológicas permitirem”.
“Seria preciso analisar como é possível que na projeção e construção de uma base militar não tenha sido medido até onde chega o limite da Argentina e onde começa a transgredir o território do país vizinho”, questionou a porta-voz chilena Camila Vallejo em entrevista à rádio CNN Chile, dizendo que pode ter sido um erro, mas que para seu país é um erro “preocupante”.