PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
O bilionário fundador da Neuralink, Elon Musk, anunciou em uma postagem na plataforma X, na segunda-feira (29), que o primeiro humano recebeu um implante da startup de chips cerebrais no domingo (28) e está se recuperando bem.
“Os resultados iniciais mostram uma detecção promissora de picos de neurônios”, disse Musk.
A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA autorizou a empresa no ano passado a realizar o seu primeiro ensaio para testar o seu implante em humanos.
“O primeiro produto @Neuralink se chama Telepatia”, acrescentou Musk.
O estudo irá avaliar a funcionalidade da interface que permite que pessoas com tetraplegia, ou paralisia dos quatro membros, controlem dispositivos com o pensamento, segundo o site da empresa.
Musk tem grandes ambições para a Neuralink, dizendo que ela facilitaria a rápida inserção cirúrgica de seus dispositivos de chip para tratar doenças como obesidade, transtorno do espectro autista, depressão e esquizofrenia.
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Teste de implante cerebral
Em setembro do ano passado a Neuralink afirmou ter recebido a aprovação de um conselho de revisão independente para iniciar o recrutamento para o primeiro teste em humanos de seu implante cerebral para pacientes com paralisia.
Pessoas com paralisia causada por lesão da medula espinhal cervical ou esclerose lateral amiotrófica (ELA) podem se qualificar para o estudo, disse a empresa, mas não foi revelado quantos participantes seriam incluídos na pesquisa, que levará cerca de seis anos para ser concluída.
O estudo usará um robô para colocar cirurgicamente um implante de interface cérebro-computador (BCI, na sigla em inglês) em uma região do cérebro que controla a intenção de se mover, disse a Neuralink, acrescentando que seu objetivo inicial é permitir que as pessoas controlem um cursor ou teclado de computador usando apenas seus pensamentos.
A empresa, que esperava receber aprovação para implantar seu dispositivo em dez pacientes, estava negociando um número menor de pacientes com a Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) depois que a agência levantou preocupações de segurança, de acordo com ex-funcionários e funcionários atuais. Não se sabe quantos pacientes a FDA acabou aprovando.
Em maio, a empresa disse que havia recebido autorização da FDA para seu primeiro teste clínico em humanos, quando já estava sob escrutínio federal por sua manipulação de testes em animais.
Mesmo que o dispositivo de BCI se mostre seguro para uso humano, ainda assim levaria mais de uma década para que a startup obtivesse autorização para uso comercial, de acordo com especialistas.