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Geral / SAFRA 23/24

Grande parte dos produtores de Mato Grosso não conseguem cobrir o custo da soja

O levantamento da pesquisa foi divulgado na última sexta-feira (5), pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em parceria com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT)

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

Estudo realizado em Mato Grosso indica que uma parcela significativa dos produtores de soja enfrenta desafios financeiros na safra 2023/24. Conforme a pesquisa conduzida pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) em colaboração com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), aproximadamente 87,2% dos produtores não conseguirão cobrir os custos totais da safra. O resultado foi divulgado na última sexta-feira (5), em Cuiabá.

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) recentemente reiterou sua demanda por mais medidas por parte do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para apoiar os produtores do estado. Segundo a entidade, as medidas anunciadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o setor produtivo são consideradas "insuficientes" para lidar com a crise enfrentada pelo agronegócio em Mato Grosso.

No dia 28 de março produtores de Mato Grosso e outros 16 estados tiveram a aprovação do Conselho Monetário Nacional para a renegociação de até 100% das parcelas que vencem este ano de operações de crédito rural de investimento relacionadas à produção de soja, milho, leite e carne. Para Mato Grosso a medida foi concedida para as atividades produtivas de soja, milho e bovinocultura de carne.

“Não houve nenhuma sinalização do Mapa sobre conversar com as empresas exportadoras sobre as cláusulas washouts. Muitos produtores podem não ter produto para entregar, então essa é uma das nossas grandes preocupações nesse momento”, enfatizou o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, no comunicado divulgado.

Importante destacar que um dos principais fatores que contribuíram para essa situação foi a ocorrência de adversidades climáticas, pelo fenômeno El Niño, especialmente na região oeste do estado. De acordo com o estudo, nessa área, a produtividade média destes produtores, que equivale a 1.034 agricultores, ficou em 51,82 sacas por hectare, 20,25% menor que na temporada anterior, quando foi registrada 64,97 sacas por hectare, o que representa um desafio adicional para os agricultores.

O levantamento foi realizado com 1.187 produtores, que são responsáveis por cultivar cerca de 2,5 milhões de hectares, ou seja, 21% de toda área plantada no estado de 12,1 milhões de hectares.

Dos produtores que responderam à pesquisa, 80% já concluíram a colheita da oleaginosa. O levantamento alcançou 99 dos 141 municípios do estado.

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Produtivida menor

Além da região oeste, as regiões sul e leste foram as mais penalizadas pelas ondas de calor e estiagem.

Na região sul a média de produtividade ficou em 51,75 sacas por hectares, mostra a pesquisa. Já na leste média de 52,70 sacas por hectare. Já a região norte teve a maior produtividade, estimada em 53,49 sacas por hectare.

Além disso, de acordo com o levantamento, 9% dos produtores relataram ocorrência de tombamento das plantas e 16,5% registraram abandono de área, em razão da baixa produtividade.

Conforme o estudo, apenas 153 produtores (12,8%) participantes relataram ter registrado produtividade acima do custo total, que ficou acima de 65 sacas.

Safra de milho

Além dos desafios enfrentados na safra de soja, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) também investigou as expectativas dos produtores em relação à segunda safra de milho, cujo plantio foi encerrado em 22 de março.

Os produtores mato-grossenses foram questionados sobre suas decisões em relação ao cultivo de milho, e os resultados mostraram que a região leste do estado foi a mais afetada por uma redução significativa na área destinada ao plantio de milho na safra 2023/24. Nessa região, a redução foi de 26,2% em comparação com o ciclo anterior. Já na região oeste a área diminuiu em 15,33%, na sul em 12,97% e na região norte em 7,28%.

A média estadual deve fechar em 8,44% de decréscimo, estimada em 6,94 milhões de hectares.

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