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Geral / OPERAÇÃO PANTANAL 2024

Bombeiros de MS mantém ações de controle, monitoramento e rescaldo no Pantanal

Mesmo após a chuva desta quinta-feira (8), que atinge diferentes regiões pantaneiras, as ações de combate e controle das chamas ocorrem na região do Salobra até a BR-262 - próximo ao município de Miranda

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

As ações de combate aos incêndios florestais no Pantanal, em Mato Grosso do Sul, continuam intensas em várias áreas do bioma, mesmo após as recentes chuvas. Seis regiões ainda apresentam focos ativos de incêndio, exigindo a manutenção dos esforços de controle e combate às chamas.

As áreas afetadas incluem a região do Salobra até a BR-262, próxima ao município de Miranda, além das áreas de fronteira com a Bolívia, Serra do Amolar, Paiaguás, Passo do Lontra e Estrada Parque, todos no Mato Grosso do Sul. As equipes de combate seguem atuando para evitar que o fogo se alastre ainda mais, utilizando estratégias e recursos apropriados para cada região.

Apesar das chuvas, que começaram nesta quinta-feira (8) em diversas partes do Pantanal, as condições climáticas podem não ser suficientes para extinguir todos os focos, especialmente em áreas onde a vegetação seca favorece a propagação do fogo. A continuidade das ações é essencial para preservar o bioma pantaneiro, que tem sofrido com incêndios de grandes proporções nos últimos anos.

Também continua em monitoramento o foco de calor identificado por satélite na área do Porto da Manga. "Os bombeiros não vão parar por causa da chuva. Nossas equipes a partir de agora vão trabalhar no rescaldo das regiões que nós estávamos combatendo", disse o coronel Adriano Rampazo, subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros.

"A população acha que choveu, acabou o fogo. Pode ter amenizado, diminuído a fumaça, mas ainda tem muita brasa. Vamos fazer todo o trabalho de rescaldo nos próximos dias", completa o subcomandante-geral, que também chefia as operações de combate a incêndios no Pantanal.

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As ações de combate durante a semana foram concentradas nos focos que tiveram origem no dia 23 de julho, na região da Nhecolândia, após um caminhão atolado pegar fogo e as chamas se espalharem. "O foco principal da semana foi aquele fogo que começou com o caminhão e chegou à rodovia. Montamos uma equipe que desde aguardava a chegada desse fogo e terça-feira ele veio com muita força e até pulou a rodovia", diz Rampazo, que completa.

"Mas tivemos muito êxito na proteção da população. Conseguimos proteger aquela comunidade toda do Salobra, e as propriedades todas em entorno".

Com a redução dos focos, provocada pela queda da temperatura e alta da umidade relativa do ar, a atenção agora é com a preparação dos bombeiros para as ações nos próximos dias. "A chuva chegou e agora é aguardar e ver a intensidade dela para a gente montar nossa estratégia futura. O trabalho não vai parar. O que aconteceu da outra vez, choveu, veio frente fria, e com três dias de sol, umidade baixa, o fogo já voltou", alega o oficial dos Bombeiros.

A chuva, encarada como uma trégua no período - um dos mais intensos para ocorrência de incêndios florestais no Estado - serviu para reorganização das equipes.

"Essa chuva foi muito bem-vinda. Nós estamos encarando com uma trégua para a gente se reorganizar e fazer a manutenção dos nossos equipamentos, pois a tendência é que em setembro ainda encontremos situações parecidas ao que enfrentamos alguns dias", explica a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros.

Os boletins climáticos do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo do Clima) apontam que essa massa de ar frio deve permanecer no Estado nos próximos dias, porém, na próxima semana começa a perder força. A partir daí, a tendência é que as condições climáticas com altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar e rajadas de vento com velocidades acima de 40 km/h, até mesmo 60 km/h, voltem a persistir no bioma Pantanal.

"As guarnições executam agora o monitoramento e rescaldo, porque mesmo com a chuva pode haver situações de troncos de árvore ainda em brasa, em queima lenta, que deverão ser removidos e algumas vezes enterrados, para evitar que surjam novos incêndios futuramente", explica Tatiane Inoue, que complementa o raciocínio.

"É uma característica da nossa região o solo de turfa. Isso é um material orgânico que fica em decomposição e que, com a chuva não sendo em grande quantidade, o solo não encharca, ele apenas umidifica e conforme aumenta a temperatura e baixa a unidade relativa do ar, a queima que pode estar lenta no subsolo toma força e acontece as reignições", conclui Inoue sobre o trabalho minucioso, que envolve até o uso de máquinas para encontrar o fogo subterrâneo.

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