MARIANA ANDRADE
DO METRÓPOLES
A taxa de desemprego no Brasil foi de 7% no trimestre encerrado em março — uma alta de de 0,8 ponto percentual frente ao trimestre encerrado em dezembro de 2024 (6,2%) e caiu 0,9 ponto percentual ante o mesmo período do ano passado (7,9%).
Embora tenha crescido na comparação trimestral, essa é a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em março dentro da série histórica, iniciada em 2012. Antes o recorde era do trimestre terminado em março de 2014 (7,2%).
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (30/4).
Segundo o IBGE, o desemprego foi puxado pelo aumento no número de pessoas em busca de trabalho (população desocupada), que cresceu 13,1% frente ao trimestre encerrado em dezembro de 2024 — um aumento de 891 mil desocupados.
Também contribuiu para o aumento da taxa de desemprego a redução da população ocupada. O Brasil perdeu 1,3 milhão de pessoas no mercado de trabalho, um recuo de 1,3% no trimestre. Ao todo, 102,5 milhões têm um emprego no país.
Por outro lado, a população em busca de trabalho segue 10,5% abaixo do resultado registrado no trimestre de março de 2024.
Desemprego em 2024
- No ano passado, a quantidade de pessoas desocupadas (que não estavam trabalhando e que procuravam por emprego) totalizou 7,4 milhões e foi o menor contingente em uma década, ou seja, desde 2014 (7 milhões).
- O nível de ocupação (percentual de pessoas em idade apta a trabalhar) de 2024 foi estimado em 58,6% e ultrapassou o recorde anterior de 2013, quando o índice era de 58,3%.
- Em 2024, o país teve 103,3 milhões de pessoas trabalhando — novo recorde dentro da série iniciada em 2012.
- O Brasil criou 1,69 milhão de empregos formais (com carteira assinada) em 2024. Esse número representa alta de 16,5% em comparação a 2023, quando foram criados 1,45 milhão de postos desse tipo.
Para a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, “o bom desempenho do mercado de trabalho nos últimos trimestres não chega a ser comprometido pelo crescimento sazonal da desocupação”.
“Mesmo com expansão trimestral, a taxa de desocupação do 1º trimestre de 2025 é menor que todas as registradas nesse mesmo período de anos anteriores”, destaca Beringuy.
Brasil tem 7,7 milhões de desempregados
A população desocupada (quem não estava trabalhando e procura por emprego) cresceu 13,1% no trimestre. Atualmente, 7,7 milhões estão desempregados no país. No ano, esse contingente recuou 10,5% (menos 909 mil pessoas).
A população ocupada (ou seja, em idade apta para trabalhar) caiu 1,3% no mesmo período, totalizando 102,5 milhões de pessoas. Por outro lado, o número de empregados subiu 2,3% no ano.
O nível da população subutilizada (15,9% ou 18,5 milhões) — pessoas que não trabalham, nem estão procurando emprego, mas têm disponibilidade para trabalhar — teve alta em comparação com o trimestre encerrado em dezembro (15,2%).
Confira os principais destaques da Pnad Contínua:
- Nível de ocupação: 57,8%
- População ocupada: 102,5 milhões
- Taxa de subutilização: 15,9%
- População subutilizada: 18,5 milhões
- População desalentada: 3,2 milhões
- Empregados no setor privado: 53,1 milhões
- Empregados com carteira de trabalho no setor privado: 39,6 milhões
- Empregados sem carteira de trabalho no setor privado: 13,5 milhões
- Empregados no setor público: 12,5 milhões
- Trabalhadores por conta própria: 25,9 milhões
- Trabalhadores domésticos: 5,7 milhões
- Taxa de informalidade: 38%
- Trabalhadores informais: 38,9 milhões
Rendimento médio renova recorde da série histórica
Os desempregados receberam, em média, R$ 3.410 por mês no trimestre encerrado em março. Com isso, o valor estabeleceu mais um recorde na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. O IBGE classifica isso como rendimento médio habitual.
O rendimento médio subiu 1,2% no trimestre e 4% no ano. Segundo a Pnad Contínua, o resultado, na comparação trimestral, foi puxado pelas altas no rendimento:
- de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (4,1%, ou mais R$ 85); e
- administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,2%, ou mais R$ 145).
A massa de rendimento, soma dos valores recebidos por todos esses trabalhadores, ficou na casa dos R$ 345 bilhões e manteve estabilidade no trimestre e ganho de 6,6% (mais R$ 21,2 bilhões) no ano.