PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
A declaração da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que afirmou ser “intocável” se estivesse na Itália, provocou forte reação no Parlamento italiano. Nesta quarta-feira (4), um dia após a fala, o deputado de oposição Angelo Bonelli cobrou publicamente uma posição do governo italiano sobre a possibilidade de colaborar com o Brasil em um eventual pedido de extradição da parlamentar.
Bonelli afirmou ter protocolado uma pergunta urgente aos ministros do Interior, Matteo Piantedosi, e das Relações Exteriores, Antonio Tajani, cobrando uma posição clara sobre a colaboração entre os dois países. “Eu acho que essa declaração é uma vergonha”, disse. “A Itália corre o risco de se tornar um paraíso para gente condenada. Aguardamos uma resposta clara por parte do governo italiano sobre se pretende extraditar Carla Zambelli para o Brasil.”
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O parlamentar expressou preocupação com o uso da cidadania italiana por pessoas condenadas ou investigadas para fugir da Justiça. “Eu acho que essa declaração é uma vergonha. Hoje apresentei uma pergunta urgente ao governo italiano, ao ministro do Interior [Matteo] Piantedosi e ao ministro [Antonio] Tajani, das Relações Exteriores, para saber se o governo italiano pretende colaborar com o Brasil e a Interpol implementando o acordo de cooperação judiciária entre Itália e Brasil em matéria de extradição”, defendeu.
Brasil e Itália mantêm um acordo de extradição desde 1993. Segundo os termos do tratado, os dois países devem cooperar para entregar criminosos procurados. No entanto, há uma exceção importante: quando o acusado possui dupla cidadania, como é o caso de Zambelli, não há obrigação legal de extradição. Nesses casos, cabe ao país decidir se encaminhará o processo à sua própria Justiça.
“Não se pode usar a cidadania italiana para escapar de uma condenação. A Itália corre o risco de se tornar um paraíso para gente condenada. Aguardamos uma resposta clara por parte do governo italiano sobre se pretende extraditar Carla Zambelli para o Brasil”, pontuou.
A declaração de Zambelli, que se apresenta como cidadã italiana, ocorreu em meio às investigações que enfrenta no Brasil e provocou forte reação no cenário internacional. A resposta do governo italiano, agora cobrada publicamente por membros da oposição, poderá ser decisiva para definir os próximos passos do caso.