PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
A deputada federal transsexual Erika Hilton, líder da bancada do PSOL na Câmara Federal, usou suas redes sociais para se aproximar do rapper Oruam, filho do traficante Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho.
A parlamentar afirmou estar “à disposição” para “construir junto” com o artista, sugerindo que ele se engaje em movimentos sociais alinhados à esquerda radical.
Oruam, que tem o rosto do traficante Elias Maluco — condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes — tatuado no braço, já foi detido por direção perigosa e por abrigar um foragido da Justiça. Suas músicas frequentemente fazem apologia ao tráfico e exaltam seu pai, preso em presídio federal de segurança máxima.
A iniciativa de Erika Hilton não é isolada. No Congresso, o PSOL articula a aprovação do projeto de lei 2709/2025, que pretende impedir vetos e bloqueios institucionais a artistas com base no conteúdo de suas obras.
A proposta surgiu como resposta à chamada “Lei Anti-Oruam”, apresentada por parlamentares que defendem a proibição da contratação de funkeiros com ligações comprovadas com o crime organizado em eventos financiados com recursos públicos.
A postura do PSOL repete movimentos anteriores do partido, como a defesa do funkeiro MC Poze do Rodo, preso em maio sob acusação de associação ao Comando Vermelho.
O caso reacende o debate sobre os limites entre liberdade artística, responsabilidade institucional e apologia ao crime.