ELISA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
Os vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB) são acusados de cobrar propina para viabilizar a aprovação de pagamentos à empresa responsável pela execução das obras do Contorno Leste, em Cuiabá.
A denúncia aponta que os parlamentares teriam solicitado valores ilícitos para aprovar uma matéria legislativa que permitiu a liberação dos pagamentos em 2023.
Parte do dinheiro teria sido depositada em conta indicada por um dos vereadores, enquanto outra parte teria sido paga em espécie, dentro do gabinete na Câmara Municipal.
As investigações, conduzidas pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), apuraram ainda que as tratativas aconteceram nas dependências do Legislativo, onde as entregas teriam ocorrido.
Segundo Chico 2000, as tratativas ocorreram na gestão comandada por Emanuel Pinheiro (MDB). a mensagem previa o parcelamento de dívidas da prefeitura com a União, de modo que o município voltasse a receber recursos federais. A manobra foi feita para favorecer pagamentos de uma empreiteira.
Contudo, Chico disse que participou das articulações para aprovação da demanda do Executivo, mas se isentou da responsabilidade e afirmou que o trabalho do vereador não envolve pagamento com a prefeitura.
“Em 2023, a Prefeitura Municipal de Cuiabá encaminhou para esta casa, uma mensagem do Executivo pedindo uma autorização à Câmara, para parcelar os seus débitos previdenciários e seus débitos com a Receita Federal, porque naquele momento a prefeitura estava impedida de receber recursos do governo federal, em razão das suas certidões positivas”, começou explicando o vereador.
Chico foi adiante e disse que o Ministério Público também encaminhou ofícios pedindo esclarecimentos, e todas as dúvidas foram sanadas no MP. Ele alegou que todas as respostas foram feitas ao lado do ex-secretário de fazenda municipal e também do ex-contador geral da prefeitura.
O parlamentar alega que após as explicações, a mensagem foi encaminhada para ser votada no plenário.
“Foi aprovada com 20 votos essa mensagem do Executivo, autorizando o Executivo a parcelar os seus débitos. Nesse meio tempo, eles [polícia] alegam que uma determinada empresa foi beneficiada com essa mensagem do Executivo e um determinado vereador teria procurado o presidente Chico 2000 para aprovar essa mensagem do executivo para que o executivo pudesse pagar essa empresa”, detalhou.
Inconformado, o vereador diz que não é responsável pelos pagamentos do município, e que se ouve algum tipo de esquema, ele nada tem a ver com a situação.
"O que eu tenho com isso? Eu não sou prefeito, eu não pago conta da prefeitura, eu não faço as mensagens do executivo. As mensagens do executivo que vem para esta casa passam por todas as comissões, vai para o plenário. Então, eu gostaria de saber aonde eu entro?”, indagou.
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Chico negou que tenha recebido qualquer vereador ou empresário em seu gabinete para fazer esse tipo de negociação. "Se eu atendi a, b ou c na presidência, eu atendi porque sempre atendi a todos. Atendi todos os 23 vereadores. Todos que quiserem falar comigo falaram. Portanto, atender na presidência é crime? indagou o parlamentar.
Já o vereador Sargento Joelson (PSB), afirmou por meio de nota, que ele está à disposição da justiça e informou que a denúncia foi realizada pelo atual prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), enquanto exercia o mandato de deputado federal.
“Ainda não obtive acesso ao teor da investigação, pois tramita em segredo de justiça, sabendo apenas que se originou de uma denúncia feita pelo prefeito Abílio Brunini, enquanto exercia o mandato de deputado federal”, diz trecho da nota.
Ambos os parlamentares alegam que ainda não tiveram acesso aos autos, que seguem sob sigilo judicial.