Reprodução: Ilustração
PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Rondonópolis, cumpriu nesta terça-feira (26) mandados de prisão preventiva contra dois detentos envolvidos em uma organização criminosa. Os indivíduos, que já estavam reclusos na Penitenciária Major Eldo Sá Corrêa, foram alvos das ordens judiciais por comandarem atividades ilícitas de dentro da unidade prisional. As prisões preventivas cumpridas nesta terça-feira (26) na Penitenciária Major Eldo Sá Corrêa, em Rondonópolis, foram decretadas pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
Os presos são acusados de ordenar execuções, aplicar castigos físicos e gerenciar recursos financeiros provenientes de diversas atividades criminosas, reforçando seu papel de liderança dentro da organização. Um dos alvos da investigação é W.H.D.L.R., de 29 anos, que, mesmo detido, mantinha ativa participação em grupos de mensagens instantâneas com outros integrantes da facção, incluindo contatos em diferentes estados do país.
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Além disso, a companheira de W.H.D.L.R., P.M.K., de 29 anos, foi presa na última segunda-feira (25), em Rondonópolis. A mulher foi detida pouco antes de apresentar seu trabalho de conclusão de curso de Direito em uma faculdade privada da cidade.
Desdobramento da investigação
As apurações da DHPP apontaram o envolvimento de W.H.G.L.R. em decisões sobre: execuções, castigos físicos e na gestão de recursos oriundos de crimes.
Os grupos de mensagens nos quais participava W.H.D.L.R., eram utilizados para "julgamentos" e aplicação de penalidades, frequentemente culminando em execuções ordenadas por membros da facção. Em conversas analisadas, foram determinadas mortes de pessoas nos estados de Goiás e Paraná, além da aplicação de castigos físicos em outras vítimas.
As apurações mostraram que W.H.D.L.R. também desempenhava um papel de liderança ao encorajar outros criminosos a cometerem delitos, afirmando que não deveriam temer eventual prisão. Essa conduta reforçava a atuação da facção e ampliava sua influência criminosa, inclusive fora dos limites territoriais de Mato Grosso.
Além disso, a Polícia Civil identificou a participação de P.M.K., esposa de W.H.D.L.R., no esquema criminoso. Ela foi apontada como responsável pelo recolhimento e gerenciamento financeiro dos valores obtidos por meio de atividades ilícitas coordenadas pelo marido.
Outro alvo da operação, V.B.C., de 30 anos, também já estava detido na mesma unidade prisional. Identificado como "disciplina" da facção, ele era responsável pela aplicação de castigos físicos e torturas, além de realizar a cobrança de valores de comerciantes locais sob o pretexto de fornecer "segurança".
Os três investigados pela DHPP foram indiciados pelo crime de integrar organização criminosa, cuja pena pode chegar a oito anos de reclusão.
O delegado João Paulo Praisner pontua que os indiciados são de alta periculosidade, já possuem extensa ficha criminal e há vários anos vêm praticando delitos de forma reiterada, adotando a criminalidade como meio de vida e profissão.