Cuiabá, 06 de Outubro de 2024
DÓLAR: R$ 5,46
FTN Brasil | Jornal de Verdade

Polícia Terça-feira, 20 de Agosto de 2024, 08:06 - A | A

20 de Agosto de 2024, 08h:06 A- A+

Polícia / OPERAÇÃO GUINADA

Polícia Civil cumpre 19 mandados contra alvos investigados por tráfico de drogas e organização criminosa

A investigação é um desdobramento dos elementos probatórios reunidos na Operação Castelo de Areia, deflagrada em janeiro de 2023

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

Na manhã desta terça-feira (20), a Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou a Operação Guinada,que visa combater um grupo envolvido com tráfico de drogas e organização criminosa na baixada cuiabana. Com 19 mandados judiciais em execução, sendo 11 de prisão e oito de busca e apreensão, a operação é um desdobramento da Operação Castelo de Areia, realizada em janeiro do ano passado.

A investigação está sendo conduzida pela Delegacia de Rosário Oeste e pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), com ordens judiciais deferidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá e pela 7ª Vara Criminal.

As prisões realizadas em 2023 levaram à descoberta de um núcleo criminoso associado a uma facção, que atua nos municípios de Nobres, Rosário Oeste e Jangada. Esse grupo é dirigido por um criminoso que funciona como agente disciplinar da facção na região.

O delegado Márcio Portela, de Rosário Oeste, explicou que os investigados escondiam suas atividades criminosas através de diversas táticas, como o fracionamento de drogas, uso de apelidos, divisão de funções, rotatividade de membros, a prática do "código de silêncio" e contando até com apoio popular.

Acesse nosso canal de notícias no WhatsApp pelo linkFTN BRASIL

A investigação revelou que o grupo criminoso é altamente estruturado e hierarquizado, com membros ocupando funções específicas como soldados, disciplina geral, porta-voz, tesoureiro, vice-presidente e presidente. Além dessa cúpula de liderança, a investigação identificou também auxiliares que desempenham papéis vitais na operação do grupo: alguns atuam como lojistas na venda de entorpecentes, outros na distribuição de drogas, e uma parte como auxiliares dos "disciplinas" da facção.

“As informações apuradas permitiram detectar a prática reiterada da organização criminosa que atua em Rosário Oeste, Nobres e Jangada, continuou com as ações por meio de novos integrantes, também alvos de outras operações da Polícia Civil sobre homicídios por decretação”, pontuou o delegado.

Continuação do tráfico

O delegado Antenor Pimentel, da GCCO, que coordenou a Operação Castelo de Areia em 2023, explicou que a partir da prisão no ano passado de um traficante conhecido como ‘Príncipe’ ou ‘Magnata’, que liderava o tráfico de drogas em Rosário Oeste e era a ‘voz’ e o centro financeiro das atividades ilícitas na região, a Polícia Civil chegou aos integrantes do grupo que deram continuidade aos delitos.

Um dos principais investigados é ligado proximamente ao ‘Príncipe’ e ostenta viagens e gastos em redes sociais. A investigação reuniu informações de que ele presta auxílio logístico ao grupo na negociação, distribuição, transporte dos entorpecentes, armazenamento de armas de fogo, além do recolhimento da “camisa”, taxa cobrada de integrantes da facção. A Polícia Civil apurou ainda que ele relatou a um comparsa que foi à Bolívia para fazer o abastecimento de drogas da facção. A investigação identificou ainda que ele recebeu ordem de um dos membros do grupo para buscar armamentos na cidade de Nobres.

Membro também do corpo disciplinar da organização criminosa, outro alvo participou de “decretamentos” de rivais, cobrava o pagamento das taxas de integrantes da organização criminosa e exercia a venda dos entorpecentes. Esse mesmo criminoso responde a ação penal de 2016 por estupro de vulnerável.

Um dos alvos da operação exercia a função de lojista dentro da organização criminosa. As diligências investigativas mostraram que ele fez transferências bancárias ao chefe do grupo, preso na Castelo de Areia, das taxas das lojinhas, que seriam pagas mensalmente. Em um dos diálogos, ele ameaça “cobrar” uma pessoa que teria denunciado sua “lojinha”.

A Operação conta com apoio das Delegacias Regionais de Várzea Grande e de Nova Mutum e da GCCO para o cumprimento dos mandados.

Comente esta notícia

Esse est et proident pariatur exercitation