PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
A Polícia Federal de Mato Grosso deflagrou a Operação Kalasiris, na manhã destaquarta-feira (18), com foco em desmantelar um esquema criminoso envolvendo gestores e conselheiros indígenas que cobravam valores indevidos para a contratação e manutenção de agentes de saúde com vínculos precários. As medidas cautelares foram expedidas pela Justiça Federal de Barra do Garças (MT) e incluem um mandado de prisão preventiva, duas ordens de suspensão de funções públicas e proibição de contato com vítimas e testemunhas, além de 11 mandados de busca e apreensão. A operação está sendo realizada nas cidades de Barra do Garças (MT), Paranatinga (MT) e Aragarças (GO).
A investigação revelaram a manipulação e venda de vagas no DISTRITO SANITÁRIO ESPECIAL INDÍGENA XAVANTE, criando um ambiente de trabalho insalubre e comprometendo a gestão da saúde indígena. Os gestores exigiam altos valores para a manutenção de contratos e, em casos extremos, solicitavam imagens íntimas das enfermeiras contratadas, configurando um quadro de assédio sexual.
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As vítimas relataram que o constrangimento e a chantagem sexual eram condições para evitar demissões ou reverter desligamentos. Aqueles que se recusavam a ceder às exigências enfrentavam retaliações, como remanejamentos ou demissões injustificadas.
Entre as ordens ilegais, destacam-se a determinação de criar um falso censo populacional indígena para justificar novas contratações.
Operação Kalasiris
O nome da operação, Kalasiris, faz referência às vestimentas femininas da antiguidade, conhecidas por sua transparência. Essa escolha de nome é uma alusão ao fato de que as enfermeiras eram obrigadas a enviar fotos íntimas como condição para manter seus empregos, destacando a gravidade e a natureza intrusiva do esquema criminoso.