PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
Nesta última (21), a Operação Overlord foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), com a participação do CyberGAECO, que tem como objetivo desarticular um grupo investigado por promover discursos de ódio, antissemitismo, apologia ao nazismo e por planejar atos violentos em várias regiões do Brasil. A operação ocorre após uma intensa investigação que identificou a organização desses atos criminosos, que incluíam incitações à violência contra minorias e o uso de plataformas digitais para disseminar ideologias extremistas. As autoridades realizaram mandados de busca e apreensão, buscando impedir novos ataques e identificar os responsáveis.
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A Operação Overlord resultou no cumprimento de oito mandados de busca e apreensão, além da prisão preventiva de quatro integrantes do grupo investigado. A ação foi realizada de forma coordenada em cinco estados: Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Sergipe e Rio Grande do Sul, abrangendo as cidades de São Paulo (SP), Taubaté (SP), Curitiba (PR), Cocal do Sul (SC), Jaraguá do Sul (SC), Pomerode (SC), Caxias do Sul (RS) e Aracaju (SE).
As ordens judiciais que permitiram a execução da Operação Overlord foram solicitadas pela 40ª Promotoria de Justiça da Capital, com base em um relatório de investigação produzido pelo CyberGAECO. Essas ordens foram expedidas pela 2ª Vara da Comarca de Urussanga, em Santa Catarina, o que possibilitou o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, bem como das prisões preventivas dos envolvidos.
Investigados
Entre os presos da operação, destaca-se um suspeito de exercer a liderança do grupo e que estaria envolvido diretamente em um homicídio ocorrido em 2011, quando um jovem do movimento punk foi assassinado. O crime, motivado pela ideologia do agressor, evidencia o alto grau de violência fomentado pelos investigados por integrarem a organização.
Outro preso é um militar da ativa do Exército Brasileiro, um praça temporário, suspeito de participar ativamente de encontros neonazistas. Embora os crimes preliminarmente atribuídos a ele não estejam diretamente relacionados às suas funções militares, seu conhecimento avançado em táticas de combate e armas de fogo aumenta significativamente o nível de risco associado à sua participação no grupo.
A investigação também revelou que o grupo mantinha uma banda que se apresentava em eventos neonazistas em várias regiões do Brasil. Nesses encontros, bandeiras com suásticas eram exibidas, e discursos de ódio atraíam um número crescente de seguidores. Alguns dos eventos chegaram a reunir mais de 30 pessoas.
Os membros do grupo se autodenominam skinheads neonazistas e adotam como símbolo o Sol Negro, um emblema associado ao ocultismo nazista e à supremacia ariana, com um fuzil AK-47 ao centro. Esse símbolo representa, na visão dos investigados, tanto a supremacia branca quanto a glorificação da violência, indicando a disposição do grupo para o uso da força em sua imposição ideológica.
Também foi identificado que o grupo realizava uma cerimônia de “batismo” para novos membros. Esse ritual de iniciação tinha como objetivo fortalecer os laços internos e reafirmar a adesão à ideologia extremista, sendo considerado crucial para a coesão e expansão do grupo.