PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
No primeiro horário desta terça-feira (21), o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), deflagrou a Operação Cartão Vermelho, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa voltada à prática de peculato e demais delitos correlatos, no âmbito da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS). Os policiais realizaram o cumprimento de sete mandados de prisão preventiva, além de 14 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.
Conforme informações repassadas pelo MPMS, as investigações tiveram início em outubro de 2022, quando foi constatado uma organização criminosa dentro da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. O objetivo do grupo era desviar valores, sejam provenientes via convênio, subvenção ou termo de fomento do Estado de Mato Grosso do Sul ou mesmo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em benefício próprio e de terceiros.
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Desvio milionário
O desvio era a realizado por frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul – FFMS, em valores não superiores a R$ 5 mil, artimanha utilizada para não chamarem a atenção dos órgãos de controle. Os valor sacados eram divididos entre os integrantes do esquema.
Nessa modalidade, verificou-se que os integrantes da organização criminosa realizaram mais de 1.200 saques, que ultrapassaram o montante de R$ 3 milhões.
A organização criminosa também possuía um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.
Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul.
A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul.
Ao todo, os valores desviados, no período de setembro de 2018 até fevereiro de 2023, da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul superaram o valor de R$ 6 milhões.
Alvo da operação
Um dos alvos da organização criminosa é o presidente da FFMS, Francisco Cezário de Oliveira, e em sua residência em bairro nobre de Campo Grande, foi apreendido o total de R$ 800 mil de dinheiro em espécie.
Operação Cartão Vermelho
O nome da operação, Cartão Vermelho, é autoexplicativo e faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.
Equipes da Polícia Militar de MS prestaram apoio operacional ao GAECO. A operação contou também com a participação de representantes da Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados de Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil.
Até o momento foram apreendidos mais de R$ 800 mil reais.
