DA REDAÇÃO
Na noite da última terça-feira (17), uma confusão entre o delegado da Polícia Civil e ex-secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, G.G., e o advogado R.C.R, de 48 anos, chamou atenção dos moradores do condomínio de alto padrão Brasil Beach Home Resort, em Cuiabá. O episódio foi registrado em vídeo e rapidamente viralizou nas redes sociais.
As imagens mostram o delegado discutindo de forma acalorada com o advogado durante uma assembleia de moradores. Em dado momento, o delegado empurra R.C.R, que perde o equilíbrio e cai ao chão. O caso gerou forte repercussão e já está sendo analisado pelas autoridades.
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Logo após o ocorrido, o advogado registrou um boletim de ocorrência online na Polícia Civil, alegando ter sido ameaçado e declarando temer por sua integridade física.
Em boletim de ocorrência registrado após a confusão relatou que o delegado G.G. teria iniciado o tumulto de forma abrupta durante uma assembleia de condôminos.
Segundo o relato, o delegado estava sentado ao fundo do salão de reuniões e se levantou de maneira repentina no momento em que seria votada a proposta de instalação de uma auditoria nas contas do condomínio.
"O delegado transparecia estar transfigurado de ódio e raiva. Em minha percepção, sua intenção era tumultuar o ambiente para impedir a votação", afirmou o advogado no registro policial.
O advogado relatou ainda que o delegado teria se dirigido de forma agressiva a mulheres presentes, apontando o dedo no rosto delas, momento em que ele decidiu intervir. Conforme o boletim, foi então que o delegado, tomado por “ato de fúria”, o empurrou diante dos demais moradores e o acusou de envolvimento com facção criminosa.
"Ele me empurrou e disse: 'Você é faccionado, você pertence ao Comando Vermelho'", relatou R.C, que nega qualquer ligação com organizações criminosas.
No mesmo registro, o advogado solicita que o condomínio tome providências para expulsar Gustavo Garcia, alegando temer por sua integridade física.
Outro lado
O delegado Gustavo Garcia afirmou que irá apresentar sua versão dos fatos no momento oportuno, quando for formalmente intimado.
Ficha criminal
Entretanto, o próprio advogado envolvido na confusão possui um histórico controverso. R.C.R figura como autor de diversos episódios de conduta violenta e comportamento incompatível com a advocacia. De acordo com registros oficiais, ele é alvo de ao menos oito boletins de ocorrência lavrados entre 2016 e 2024, que incluem acusações como violência doméstica, ameaça, calúnia, difamação e até prisão civil por dívida alimentícia.
Um dos casos mais recentes ocorreu em novembro de 2024, quando sua então companheira o denunciou por agressão dentro do apartamento onde viviam, no bairro Ribeirão do Lipa. A mulher apresentava lesões nos braços e relatava dores nos rins, além de danos materiais causados durante o episódio. O caso foi registrado como violência doméstica.
Outro registro grave aconteceu em março de 2020, quando a própria mãe do advogado procurou a Delegacia da Mulher denunciando ter sido agredida com um golpe no rosto, além de sofrer insultos e constantes abusos psicológicos por parte do filho.
Ainda em 2020, ele foi denunciado por calúnia e injúria contra uma ex-companheira e os familiares dela, no contexto de uma disputa judicial relacionada à pensão da filha do casal.
O histórico inclui também uma denúncia de 2018, em que teria ameaçado um colega advogado dentro de um presídio, insinuando resolver a situação com o uso de arma de fogo.
Já em setembro de 2019, segundo relatos, o advogado teria invadido uma loja de móveis ao lado de outro homem armado e ameaçado de morte os presentes, inclusive apontando a arma para uma mulher.
Em 2016, há registro de que ele teria usado o nome de uma facção criminosa para pressionar um detento no presídio Pascoal Ramos, com o intuito de obter informações.
Além das denúncias criminais, o advogado chegou a ser preso em 2022 por determinação judicial, devido ao não pagamento de pensão alimentícia.
Apesar da extensa ficha de ocorrências, R.C.R continua exercendo regularmente a advocacia no estado de Mato Grosso.
Veja o vídeo do momento da confusão:
