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Geral Quinta-feira, 23 de Novembro de 2023, 14:20 - A | A

23 de Novembro de 2023, 14h:20 A- A+

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Tecnologia e Inovação; barco voador promete revolucionar transporte na Floresta Amazônica

Proposta de "barco voador" alia sustentabilidade à eficiência para superar os desafios logísticos da Amazônia

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

Aliando sustentabilidade e inovação, o veículo aéreo "Volitan", foi criada em 2021 pela startup AeroRiver, projetado com o objetivo de revolucionar o transporte de cargas e pessoas na Amazônia, visando a redução dos impactos ambientais causados pelos meios de transportes convencionais além de reduzir o tempo de viagem e custos. 

A expectativa é que o Volitan beneficie não apenas os passageiros que precisam viajar na região amazônica, mas também as comunidades e empresas locais. Com a capacidade de transportar cargas, ele poderá auxiliar no transporte de suprimentos, equipamentos e produtos de forma mais ágil e econômica. Além disso, o acesso facilitado em regiões mais remotas pode impulsionar  o turismo e o desenvolvimento econômico sustentável na região.

Volitan

Fundada em novembro de 2020, a AeroRiver é uma startup do ramo de mobilidade, cujo objetivo é desenvolver soluções inovadoras para o transporte de pessoas e cargas na Amazônia. Em 2021 os engenheiros da região Norte do Brasil, da AeroRiver começaram a construir o primeiro ecranoplano do mundo destinado a operações fluviais, começando pela região da Floresta Amazônica.

“Nunca ninguém teve a ideia de utilizar esse tipo de veículo em rios, porque geralmente eles são estreitos. Mas esse não é o caso da Amazônia, que tem a maior bacia de água doce do Planeta, e os rios são muito largos e conectam praticamente todas as cidades da região”, disse Felipe Bortolete, diretor técnico e um dos fundadores da AeroRiver, em entrevista a Época Negócios.

Os primeiros ecranoplanos foram inventados nos anos 1950 na antiga União Soviética pelo engenheiro naval Alexeev Rostislav Evgenievich, foram fabricados como instrumentos militares com altíssimo poder de fogo, usados principalmente como plataformas de mísseis no Mar Cáspio. Terminada a Guerra Fria, esses veículos migraram para o setor comercial, e o conceito se espalhou pelo mundo.

Com foco em superar as barreiras logísticas da Amazônia com sustentabilidade, o Volitan, que está sendo projetado, terá 18 metros e a capacidade de transporte de dez passageiros ou o equivalente a uma tonelada em carga.

A velocidade de cruzeiro é de 150 km/h, o que é três vezes superior às lanchas mais velozes no mercado. Ele pode percorrer até 450 km sem reabastecer.

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A decolagem e pouso serão feitas nos rios, utilizando o casco desenvolvido para esse propósito, com um gasto de combustível próximo ao de um barco e 40% mais econômico e eficiente do que uma aeronave tradicional que se encaixaria na mesma categoria. Além disso, o veículo emite menos gás carbônico do que embarcações e aeronaves (movido a diesel, mesmo combustível dos barcos que operam na região).

De acordo com AeroRiver, o Volitan funciona por meio do “efeito solo”, explicada por princípios aerodinâmicos, onde o escoamento de ar ao redor de um corpo é interrompido pelo solo. O efeito faz com que a aeronave seja mais eficiente voando perto do chão.

“Uma outra grande vantagem desse veículo é a independência sazonal à região. Isso quer dizer que ele está pronto para operar até mesmo na época de seca dos rios podendo, portanto, manter a regularidade no transporte de pessoas e cargas de toda a Amazônia, sempre com a mesma velocidade”, aponta o projeto.

O Volitan é um projeto inovador que busca superar as barreiras logísticas da Amazônia, oferecendo uma solução de transporte sustentável, econômica e eficiente. Com um design especialmente adaptado para as condições da região, ele tem o potencial de revolucionar o transporte na Amazônia e abrir novas possibilidades para seu desenvolvimento sustentável.

Regulamentação

A regulamentação dos veículos de efeito solo acontece desde 2003, pela Organização Marítima Internacional (IMO). Segundo o código de segurança, estes veículos são reconhecidos como marítimos de alta velocidade e são certificados como tal. Por conta disso, não apresentam necessidade de certificação pelas autoridades aeronáuticas.

Isso faz com que custos de certificação e custos operacionais sejam menores quando comparados a aviões. A proposta do Volitan é conseguir a certificação marítima “B” de WIG’s (asas em efeito solo, do inglês wings in ground-effect), que permite o alcance de 150m acima do chão.

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