DA REDAÇÃO
O Brasil bateu recorde de violência sexual em 2024, com 87.545 vítimas de estupro registradas em todo o país — o maior número desde 2011, quando começou a série histórica.
O dado consta no 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (24). Em Mato Grosso, o município de Sorriso chamou atenção ao ocupar o segundo lugar no ranking nacional de estupros por 100 mil habitantes.
No levantamento anterior, divulgado em 2024 com dados referentes a 2023, Sorriso (MT) ocupava o primeiro lugar no ranking nacional de estupros, com uma taxa de 113,9 casos por 100 mil habitantes. No novo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado nesta quinta-feira (24), o município caiu para a segunda posição, mas o cenário se agravou: a taxa subiu para 131,9 casos por 100 mil habitantes.
A liderança agora pertence a Boa Vista (RR), que aparece com 132,7 casos por 100 mil — uma diferença mínima, mas que evidencia o avanço da violência sexual nos municípios que lideram o ranking.
Além de Sorriso, outros três municípios de Mato Grosso estão entre os 50 com as maiores taxas de estupro do país:
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Tangará da Serra, em 7º lugar, com 99,5 casos por 100 mil habitantes;
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Sinop, na 20ª posição, com 81,5;
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Cuiabá, em 43º, com 63,7.
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Veja o ranking das 10 cidades com as maiores taxas de estupro no Brasil (2024):
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Boa Vista (RR) – 132,7 casos por 100 mil habitantes
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Sorriso (MT) – 131,9
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Ariquemes (RO) – 122,5
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Vilhena (RO) – 108,7
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Porto Velho (RO) – 108,6
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Rio Branco (AC) – 106,7
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Tangará da Serra (MT) – 99,5
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Santana (AP) – 92,9
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Barcarena (PA) – 92,5
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Dourados (MS) – 90,9
Perfil das vítimas
O relatório revela dados preocupantes sobre o perfil das vítimas. A maioria são meninas entre 10 e 13 anos, que representam 32,9% dos casos registrados. Também houve incidência expressiva entre crianças de 5 a 9 anos (18,2%) e menores de 4 anos (10,3%).
No total:
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76,8% das vítimas são consideradas vulneráveis (menores de 14 anos ou pessoas incapazes de consentir);
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87,7% são do sexo feminino;
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65,7% dos casos ocorreram dentro de casa;
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45,5% dos agressores eram familiares e 20,3% eram companheiros ou ex-companheiros íntimos.
Em todo o país, foram registradas 87.545 vítimas de estupro em 2024, o que equivale a uma a cada seis minutos. Apesar da alta incidência, apenas 9,8% das 67.157 perícias sexológicas realizadas resultaram em laudos positivos, dificultando a responsabilização dos agressores.