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Geral / CAMPO GEOMAGNÉTICO

Rotação do núcleo da Terra está desacelerando: entenda como ondas sísmicas podem impactar o futuro do planeta

“Não há essencialmente nenhum efeito sobre as pessoas, pelo que vimos”, afirma o geofísico John Vidale

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

A descoberta dos geofísicos John Vidale e Wei Wang sobre a desaceleração da rotação do núcleo interno da Terra é um avanço significativo na geofísica. Recentemente o geofísico John Vidale fez uma descoberta notável ao monitorar o movimento das ondas sísmicas através do núcleo da Terra.

Em uma pesquisa publicada na revista *Nature*, Vidale e seu colega Wei Wang, da Academia Chinesa de Ciências, revela que o núcleo interno da Terra está desacelerando em relação à rotação do planeta. Esta descoberta é significativa por várias razões, entre elas:

- Dinâmica do Núcleo: o núcleo interno da Terra é uma esfera sólida de ferro e níquel que gira a uma taxa diferente da rotação da crosta e do manto. A desaceleração observada sugere mudanças na interação entre o núcleo interno e as camadas externas do planeta.

- Campo Magnético: o núcleo interno desempenha um papel crucial na geração do campo magnético da Terra. Mudanças na sua rotação podem impactar o geodínamo, o processo que mantém o campo magnético, e potencialmente afetar a proteção da Terra contra radiação solar e cósmica.

- Ondas Sísmicas: a desaceleração pode influenciar como as ondas sísmicas se propagam através do núcleo, fornecendo novas informações sobre sua estrutura e composição. Isso pode ajudar a refinar modelos de propagação sísmica e melhorar a nossa compreensão da dinâmica interna da Terra.

- Impactos Geológicos: alterações na rotação do núcleo interno podem ter efeitos indiretos sobre o manto e a crosta, possivelmente influenciando a atividade tectônica, como terremotos e vulcanismo.

- Modelos de Evolução: adescoberta pode levar a ajustes nos modelos que explicam a formação e evolução do núcleo interno e suas interações com outras partes da Terra, ajudando os cientistas a entender melhor a história e a dinâmica do nosso planeta.

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Embora essa desaceleração possa parecer alarmante, Vidale esclarece que as flutuações no núcleo interno, localizadas a cerca de 4.800 km abaixo da superfície, e a desaceleração da rotação do núcleo interno da Terra não tem impactos diretos perceptíveis na vida cotidiana ou na saúde humana. No entanto, a pesquisa continua a ser crucial para compreender a dinâmica interna do planeta e suas implicações mais amplas.

“Não há essencialmente nenhum efeito sobre as pessoas, pelo que vimos”, afirma Vidale. A prioridade agora é entender melhor as forças que estão movendo o núcleo interno e o que isso pode revelar sobre a evolução do planeta.

Evidências 

A primeira evidência de que o núcleo interno estava em movimento surgiu na década de 1990, mas a confirmação e a coleta de provas concretas exigiram anos de trabalho intenso. A metodologia empregada por John Vidale e sua equipe foi fundamental para superar esses desafios. Eles usaram dados de ondas sísmicas de terremotos na ponta inferior da América do Sul. Essas ondas foram registradas em 400 sismômetros no Alasca e no norte do Canadá, fornecendo uma visão precisa do movimento do núcleo.

Ao comparar essas leituras com dados históricos, Vidale descobriu que a rotação do núcleo estava diminuindo desde 2010, após um período de aceleração. Essas descobertas adicionam um novo nível de mistério ao entendimento do núcleo da Terra, uma região que tem sido objeto de especulação e teorias fantasiosas ao longo da história.

Embora a realidade subterrânea do planeta seja menos dramática do que as representações fictícias de livros e filmes, ainda é fascinante para cientistas como Vidale, que trabalham para desvendar esses mistérios. O núcleo externo da Terra gera correntes elétricas que sustentam o campo magnético do planeta, mas as alterações no núcleo interno são pequenas demais para causar impactos significativos. Vidale expressa entusiasmo em continuar explorando esses mistérios e avançar no entendimento do núcleo da Terra. “Estamos progredindo e vendo mais coisas, discutindo com pessoas ao redor do mundo e tentando obter mais dados”.

 

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