Cuiabá, 22 de Outubro de 2024
DÓLAR: R$ 5,69
FTN Brasil | Jornal de Verdade

Geral Quarta-feira, 20 de Março de 2024, 13:54 - A | A

20 de Março de 2024, 13h:54 A- A+

Geral / FENÔMENO EL NIÑO

Outono chega nesta quarta-feira com temperaturas acima da média em todas o país

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) preveem que os meses de abril, maio e junho serão mais quentes na comparação com a média dos últimos anos

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

Neste ano, a estação de outono será marcada pelo enfraquecimento do fenômeno El Niño e as temperaturas acima da média histórica podem ter várias implicações para diferentes regiões do país.O outono começou no Hemisfério Sul nesta quarta-feira (20) e vai até o dia 21 de junho. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) preveem que os meses de abril, maio e junho serão mais quentes na comparação com a média dos últimos anos. A exceção é para o centro-sul do Rio Grande do Sul, onde as temperaturas são previstas dentro da normalidade.

Segundo a coordenadora-geral do Inmet, Márcia Seabra, em algumas áreas, a temperatura pode ficar até 1 ou 2 graus acima da média durante todo o período. Para a meteorologista, além de fenômenos como El Niño e La Niña, as diferenças de temperatura durante o outono deste ano podem ser explicadas pelo aquecimento global.

“Já fica muito difícil hoje a gente falar que está mais quente por causa do El Niño. É mais plausível dizer que a temperatura está subindo, sim, por causa do aquecimento global e de mudanças climáticas. Porque, independentemente do [fenômeno] El Niño, as temperaturas estão ficando muito elevadas – foi o que a gente viu no ano passado. Isso, provavelmente, deve ser alguma coisa a que se tenha de adaptar: o fato de as temperaturas tenderem a ficar mais elevadas independentemente dos fenômenos El Niño ou La Niña”, explica.

El Niño

O fenômeno El Niño, que atingiu o pico em dezembro do ano passado, vem demonstrando enfraquecimento nos últimos meses. “Provavelmente no outono já devemos ter essa transição do El Niño para uma condição mais neutra”, explica a meteorologista. 

Durante esse fenômeno, ocorre um aquecimento das águas do Oceano Pacífico, próximas à Linha do Equador. Com isso, há alterações na formação de chuvas, na circulação dos ventos e na temperatura.

No fim do outono, é possível que o fenômeno La Niña comece a se formar no Brasil, ganhando força no segundo semestre. La Niña caracteriza-se pelo resfriamento das águas do Pacifico. “O que acontece são chuvas abaixo da média na Região Sul e acima da média nas regiões Norte e Nordeste”, diz Márcia Seabra. 

Acesse nosso canal de notícias no WhatsApp pelo link: FTN BRASIL

Acompanhe aqui algumas das possíveis consequências do El Ninõ:

- Chuvas Irregulares: Com o enfraquecimento do El Niño, algumas áreas que normalmente experimentam chuvas intensas durante o período podem ver uma diminuição na quantidade de precipitação. Isso pode levar a condições de seca em algumas regiões. As chuvas devem ficar abaixo da média histórica no outono na maior parte das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, especialmente devido aos impactos que El Niño ainda pode causar. Em áreas do norte de Roraima, noroeste e sudoeste do Amazonas e oeste do Acre, a previsão é de condições favoráveis para chuva próxima ou acima da média durante o trimestre.

Nas regiões Sul e Sudeste, são previstas chuvas com valores acima da climatologia, principalmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, em áreas de São Paulo e sul de Minas Gerais. Nas demais áreas do Sudeste, a tendência é de chuva próxima e ligeiramente abaixo da média.

- Temperaturas Elevadas: O registro de temperaturas acima da média histórica pode resultar em condições de calor mais extremas em todo o país. Isso pode afetar a saúde das pessoas, aumentando o risco de insolação e desidratação, além de influenciar a agricultura e a ecologia local.

- Impacto na Agricultura: As condições climáticas atípicas podem afetar a produção agrícola. Em algumas regiões, as culturas podem sofrer com a falta de água devido à diminuição das chuvas, enquanto em outras áreas, as culturas sensíveis ao calor podem ser prejudicadas pelo aumento das temperaturas.

- Riscos Ambientais: O aumento das temperaturas e a diminuição das chuvas podem aumentar o risco de incêndios florestais e queimadas em áreas propensas a esses eventos. Isso pode ter sérias consequências para o meio ambiente e para as comunidades locais.

- Impacto na Energia e Recursos Hídricos: A redução das chuvas pode afetar os níveis de água nos reservatórios, impactando a geração de energia hidrelétrica e o abastecimento de água potável para as populações locais.

Safra

No Matopiba, região que inclui áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a previsão de chuva abaixo da média pode reduzir os níveis de água no solo, prejudicando o plantio e as fases iniciais dos cultivos de segunda safra. “Não deve haver muitos impactos porque esse período não é de grandes produções agrícolas. Em alguns locais, essa chuva ficando abaixo da média favorece até na hora de fazer a colheita e o transporte da safra nessas regiões”, diz a meteorologista.

Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, a previsão de chuva acima da média em áreas de Mato Grosso do Sul, São Paulo e sul de Minas Gerais, deve favorecer a manutenção do armazenamento hídrico no solo, beneficiando os cultivos de segunda safra. Nas demais áreas, existe possibilidade de redução da umidade do solo. Segundo o Inmet, o outono não deverá ter registro de geada nas principais regiões produtoras de café, como aconteceu em anos anteriores. 

Na Região Sul, os volumes de chuva previstos devem manter os níveis de água no solo em nível satisfatório para as fases de maior necessidade hídrica dos cultivos de segunda safra, porém podem prejudicar as operações de colheita da primeira safra.

Comente esta notícia

Esse est et proident pariatur exercitation