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Brasil registra primeiro caso de cólera em 18 anos; saiba os sintomas e prevenção da doença

Transmissão acontece principalmente por água e alimentos contaminados, em regiões em que não há saneamento básico adequado

PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO

Pela primeira vez em 18 anos, o Brasil registrou um caso autóctone de cólera (que teve origem no local onde ocorreu o diagnóstico). O caso foi detectado em Salvador, o paciente contraiu a doença no próprio país e não em viagem para regiões afetadas. A informações foi confirmada pelo Ministério da Saúde, neste domingo (21). A doença havia sido registrada pela última vez em 2005.

De acordo com a nota técnica assinada pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente informou que a bactéria causadora da doença (Vibrio cholerae) foi identificada em um homem de 60 anos de idade, que não tinha viajado recentemente a países com ocorrência de cólera, nem tido contato com algum outro caso confirmado ou mesmo suspeito.

O homem apresentou sintomas de desconforto abdominal e diarreia em março e já está curado. Exames realizados nas pessoas que tiveram contato com o homem contaminado e nos profissionais de saúde que o atenderam deram negativo, eliminando qualquer risco de transmissão.

Medidas preventivas e investigações adicionais estão em andamento pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (CIEVS-BA), em coordenação com entidades locais e nacionais, segundo nota divulgada pelo Ministério da Sáude. 

Bactéria Vibrio cholerae

A cólera é uma doença bacteriana causada pela bactéria Vibrio cholerae e é transmitida principalmente através da ingestão de água ou alimentos contaminados. Medidas de higiene pessoal, como lavar as mãos com frequência e consumir água potável, são essenciais para prevenir a propagação da doença. Além disso, o saneamento básico, incluindo o tratamento adequado de água e esgoto, é fundamental para reduzir a incidência de cólera em comunidades.

É importante destacar que muitas pessoas infectadas com a bactéria da cólera podem não apresentar sintomas ou podem ter sintomas leves. No entanto, em alguns casos, a doença pode causar sintomas graves, como diarreia aquosa intensa, vômitos e desidratação severa.

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Sintomas

O tratamento imediato é crucial para evitar complicações graves, como choque e insuficiência renal, que podem levar à morte se não forem tratadas adequadamente. O tratamento geralmente envolve a reposição de líquidos e eletrólitos perdidos devido à desidratação. Em casos mais graves, pode ser necessária a administração de antibióticos.

Os sintomas mais comuns incluem:

  1. Diarreia aquosa: É o sintoma mais característico da cólera. A pessoa infectada pode ter diarreia frequente e aquosa, que pode levar à desidratação rápida se não for tratada.

  2. Vômitos: Os vômitos também são comuns e podem ocorrer de forma intensa.

  3. Cólicas abdominais: Dores abdominais podem acompanhar a diarreia e os vômitos.

  4. Desidratação: Como resultado da diarreia e dos vômitos, a pessoa pode ficar desidratada rapidamente. Isso pode levar a sintomas como sede intensa, boca seca, fraqueza, tontura e diminuição da produção de urina.

  5. Choque: Em casos graves e não tratados, a desidratação extrema pode levar ao choque, caracterizado por pressão arterial baixa, pulso fraco e pele fria e pegajosa.

O período de incubação da cólera, que é o tempo entre a exposição à bactéria e o início dos sintomas, pode variar de algumas horas até cinco dias, com a maioria dos casos apresentando sintomas dentro de dois a três dias após a infecção. Durante esse período de incubação, a pessoa pode estar infectada e ser capaz de transmitir a doença para outros, mesmo antes de apresentar sintomas.

O período de transmissibilidade da cólera é enquanto a pessoa infectada estiver eliminando a bactéria nas fezes. Isso geralmente ocorre durante o curso da doença e pode continuar por alguns dias após a pessoa se recuperar. Para fins de vigilância e controle da doença, é considerado padrão um período de 20 dias para a identificação de casos e medidas de prevenção adicionais.

Prevenção

A implementação eficaz de medidas de prevenção requer uma abordagem integrada que envolva autoridades de saúde pública, profissionais de saúde, governos locais, organizações não governamentais e a comunidade em geral.

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A prevenção da cólera envolve uma série de medidas, incluindo:

  1. Higiene pessoal: Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente após usar o banheiro e antes de comer ou preparar alimentos, é fundamental para prevenir a cólera. O uso de desinfetantes para as mãos à base de álcool também pode ser útil quando água e sabão não estão disponíveis.

  2. Consumo de água segura: Beber apenas água potável é essencial. Isso inclui água fervida, filtrada ou tratada com produtos químicos adequados. Evite o consumo de água de fontes desconhecidas ou não confiáveis.

  3. Alimentos seguros: Consumir alimentos seguros e bem cozidos é importante para evitar a cólera. Evite alimentos crus ou mal cozidos, especialmente frutos do mar e produtos lácteos, que podem ser contaminados.

  4. Saneamento básico: Garantir o acesso a instalações sanitárias adequadas e saneamento básico é fundamental para prevenir a cólera. Isso inclui o tratamento adequado de água e esgoto, a construção de sistemas de abastecimento de água seguros e a promoção de práticas de higiene adequadas.

  5. Vacinação: Em algumas áreas onde a cólera é endêmica ou onde há risco de surtos, a vacinação contra a cólera pode ser recomendada, especialmente para viajantes que visitam áreas de alto risco.

  6. Educação e conscientização: Educar as comunidades sobre práticas de higiene adequadas, saneamento básico e sinais de alerta da cólera é essencial para prevenir a doença e responder rapidamente a surtos.

  7. Controle de surtos: Identificar rapidamente casos de cólera, isolar os pacientes infectados, fornecer tratamento adequado e implementar medidas de controle de infecção são fundamentais para conter surtos e prevenir a propagação da doença.

Último caso no Brasil

Desde 2006, o Brasil não registrava casos autóctones da doença. Nesse período foram registrados apenas quatro casos importados de países com surtos da doença. Os últimos casos autóctones foram registrados em Pernambuco, entre 2004 e 2005. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), de janeiro a março deste ano, 31 países registraram casos ou surtos de cólera. A região africana é a mais impactada, com 18 países afetados.

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