PAULA VALÉRIA
DA REDAÇÃO
É muito importante que os pais e responsáveis estejam atentos ao desenvolvimento dos filhos desde os primeiros meses de vida, isso pode fazer a diferença na identificação de possíveis sinais de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais cedo intervenções adequadas podem ser implementadas para melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida da criança. A recomendação é do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), unidade de saúde do Governo de Goiás que está divulgando uma série de orientações, de forma a incentivar o diagnóstico precoce do autismo. A conscientização faz parte do Abril Azul, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
A neuropediatra Jeania Souza explica que “nos primeiros meses de vida os bebês devem sorrir em resposta ao sorriso do cuidador, procurar a face da mãe no momento da amamentação, trocar olhares durante a troca de fraldas e mais tarde, por volta dos nove meses, fazer movimentos com o corpo para pedir colo, gestos como mandar tchau e balbuciar”.
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Já após o primeiro ano de vida, a psicóloga Michelly Alves ressalta que os sinais de atenção para identificação do autismo podem ser diferentes.
“As manifestações mais comuns são comportamentos repetitivos e interesses restritos, como brincar com pecinhas de objetos, balançar o tronco, girar em torno do próprio eixo, não atender quando é chamado, não se interessar em brincar com outras crianças”, conta a psicóloga.
“Os pacientes com TEA também podem apresentar reações exageradas diante de estímulos sensoriais, como luz, sons, cheiros e texturas”, alerta.
Diagnóstico
De acordo com a Sociedade Americana de Psiquiatria, o Transtorno do Espectro Autista afeta uma a cada 36 crianças. Para a neuropediatra Jeania Souza, quanto mais cedo o TEA for identificado, mais cedo a criança pode receber o suporte e tratamento necessários para promover seu desenvolvimento e bem-estar. Essa abordagem precoce pode fazer uma grande diferença no prognóstico a longo prazo da criança.
“Mais importante que o diagnóstico é que a gente não atrase o tratamento desse paciente. As crianças possuem janelas de oportunidade para o desenvolvimento e quanto antes a gente intervir, mais a gente pode modificar o caminho”, reforçou a médica.
TEA
“Antigamente, se a criança tinha um comportamento atípico ela era mantida dentro de casa. Hoje trabalhamos para viabilizar a inclusão, combater o preconceito, reduzir barreiras e proporcionar desenvolvimento para essas crianças”, finaliza Michelly.